Edição 03
Mar/Abr
2024

Carta da Redação

Quando Moraes Moreira, lá pelos idos dos anos 70 do século passado, chamou atenção de tanta gente para a loucura dessa deliciosa mistura que tornou o povo baiano único, diferente de todos os outros, ele tocou na síntese, na alma da Bahia e, principalmente, no coração de Salvador, a terra mãe do Brasil.

Só aqui, os indígenas, primeiros donos da terra, caçados e escravizados, acabaram se misturando aos europeus e, um pouco mais tarde, aos negros sudaneses trazidos à força da Nigéria, Daomé, Costa do Marfim; aos bantos sequestrados no Congo, Angola e Moçambique e ainda aos haussás, (chamados Malês por serem mulçumanos e fiéis ao islamismo), além dos nagôs, embarcados pelo porto do Golfo do Benim, que falavam iorubá. Só aqui aconteceu a mágica dessa mistura.

Na sua terceira edição, VivaBahia comemora os 475 anos de Salvador, celebrando a mestiçagem colorida, bonita, festeira, sagrada, profana, alegre e criativa da gente dessa cidade. Contamos um pouco da sua história, pedimos a bênção ao mestre José Carlos Capinan e destacamos Glicéria Tupinambá, liderança da causa indígena. Trazemos os tambores do Olodum, a paz do Filhos de Gandhy, as belas fotos de Dario Guimarães numa cerimônia do candomblé e fomos ao sul da Bahia provar o delicioso chocolate de Ilhéus e curtir Porto Seguro, um dos mais procurados destinos turísticos do país.

Agora, mergulhe de cabeça na VivaBahia. Na revista impressa e no site vivabahia.com.br. Leia, compartilhe, critique, divulgue, enquanto nós ficamos por aqui, já trabalhando na edição especial do São João que está chegando.

Césio Oliveira
Diretor de Redação